Fala, pessoal do AvaliaSom! Espero que estejam muito bem!
Eu sou o Salles e tive o grande privilégio de poder testar um dos topos de linha da Hifiman, graças ao meu amigo Luiz. Obrigado, Luiz, este review não seria possível sem a sua ajuda!
Sendo o irmão mais velho do famoso Ananda, o Arya é oferecido pela Hifiman por cerca de 759 USD na Amazon americana e já custou absurdos 1.600 USD, sendo tido como um topo de linha e sendo bastante comparado a fones como o HD800S da Sennheiser, o LCD X da Audeze e o Clear da Focal, todos tidos por muitos como “endgame”.
Pude testar alguns fones da Hifiman como o 400SE e o Sundara e, apesar de não ter testado o Ananda, imagino que siga a mesma linha de sonoridade. Sendo honesto, apesar de achar que são fones muito bons pelos seus respectivos preços, não me agradaram muito em sua tonalidade, pois para o meu gosto, tendo como base o Focal Elegia, faltou corpo nas músicas.
Unboxing
A Hifiman não põe praticamente nenhum esforço na experiência de unboxing desse fone, parecendo até um fone barato qualquer, sendo apenas uma caixa de papelão com uma foto do fone e uma espuma por dentro, que pode ser usada como um suporte. Além disso, acompanha apenas um cabo com as conexões 3.5mm para as cups e terminação P10. Para este que vos escreve, aqui está o maior pecado da Hifiman, afinal, se você paga cerca de 800 USD (ou pior, os 1600 USD cobrados em seu lançamento), o mínimo que se espera de um fone de alta qualidade é uma experiência extraordinária até nos mínimos detalhes. Pelo que parece, é um erro muito comum em fones desse nível, vide HD800S.
Construção e Conforto
O Arya segue um padrão de desenho semelhante ao que é visto no Ananda, no Edition XS e no HE1000, com o grande formato oval das cups e as grades laterais, que agora são pretas (uma belíssima escolha de design, diga-se de passagem). Para a headband, a Hifiman optou por uma solução parecida com a do HE1000, uma faixa de suspensão para a cabeça, que particularmente acho muito feia. O fone é deveras grande e é composto principalmente por metal e, apesar disso, é ridiculamente leve e confortável, estando a par com o HD800S.
Algo muito interessante nesse fone é que as cups rotacionam por completo, facilitando utilizá-lo até como uma caixinha de som, dado tamanha transparência. Esse movimento lateral ajuda bastante no ajuste na lateral do rosto, além dos ajustes verticais que a headband permite. As pads do Arya seguem o formato assimétrico das cups, feitas de courino nas laterais e de tecido no centro. O fone fica muito confortável na cabeça, sem pontos de pressão ou de desconforto. Apresenta total transparência em relação ao som ambiente e, juntando com o seu conforto extraordinário, dá a sensação de não se estar com nada na cabeça.
Som
O primeiro ponto que me deixou intrigado no Arya foi o palco sonoro, que num primeiro vislumbre me pareceu pequeno, quase semelhante ao meu Focal Elegia. Ao ouvir “The Last Stand” do Sabaton e “Naquela Mesa” do Nelson Gonçalves, o que me assustou, já que esse é um dos pontos de destaque quando vejo comentários. Me foi sugerido ouvir “Thriller” da lenda Michael Jackson e “Ride of the Valkyries” de Wagner e, meus amigos, que espetáculo! Tudo que vi sobre o palco, apareceu. E que presença, hein?
O Arya oferece um som cheio, uma presença imponente, com muito, MUITO detalhamento.
Agudos
Aqui é onde o fone brilha. Para contextualização, eu tenho sensibilidade com a região dos agudos e fones brilhosos costumam facilmente me incomodar, algo que aconteceu com o Grado SR125X e o Hifiman Sundara.
Meus amigos, em todos esses anos vividos testando fones, nunca usei um fone que chegasse com tanto detalhamento e que não me incomodasse. O HD800S também é excepcional nesse ponto, mas estava praticamente no limite do meu gosto.
Ao ouvir algumas músicas do baterista Eloy Casagrande (agora oficialmente parte do Slipknot) como “Means to an End” e “Manipulation of Tragedy”, a sensação é de estar no lugar dele, com uma quantidade absurda de detalhes.
Graves
Os graves do Arya são bem encorpados e com um bom impacto, sem exagero em nenhuma das faixas que testei. Me impressionou sua capacidade de preencher o espaço sonoro, oferecendo uma sensação palpável de presença e ritmo. Tem uma boa extensão nos subgraves, que na minha experiência só perde para o do LCD 2.
Para o meu gosto, os graves do Arya são de uma qualidade absurda, mas gostaria que tivesse um pouco mais de “gordura” nessa área para ficar absolutamente perfeito.
Médios
Bem equilibrados e ricos em detalhes é como eu definiria essa região. Vozes como Adele ficam excepcionalmente destacadas e com um detalhamento absurdo nos timbres. As vozes emergem de forma natural e envolvente, com uma presença palpável que faz você sentir como se o cantor estivesse na sua frente. São reproduzidas com tamanha nitidez e textura que adicionam uma camada de emotividade e detalhes à experiência.
Resumo
Estou embasbacado com esse fone. De todas as palavras que tenho conhecimento, a melhor que se encaixa para descrevê-lo é adaptação. O Arya é um fone que consegue mostrar a natureza de diversas canções, com um nível de detalhamento e separação dos instrumentos que chega a ser inacreditável. Adapta-se de forma dinâmica às nuances das músicas, proporcionando uma reprodução fiel e envolvente em relação às frequências e ao espaço sonoro.
Aplaudo a Hifiman por esta belíssima criação, definitivamente um marco na minha experiência como audiófilo. Acredito que o desleixo da empresa na apresentação e experiência de unboxing de um fone desse nível e valor é facilmente ofuscado pela experiência sonora. É, indubitavelmente, um fone que ficará na memória para sempre e minha maior crítica é não poder comprá-lo nesse exato momento que vos escrevo.
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